terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Pescaria em alto mar


Um grupo de oito pessoas embarcou literalmente numa aventura nas águas da Praia de Barra do Furado em Quissamã. Abordo do barco “Adalto” um pesqueiro de doze metros, o grupo partiu mar adentro com a disposição de se sentirem verdadeiros pescadores, pelo menos por algumas horas.
A equipe era formada pelo comandante do barco o experiente pescador Nadson de Almeida, há mais de dez anos enfrentando o mar, auxiliado pelo pescador conhecido como “flor”. O restante do time era formado por profissionais de diversas áreas, dois empresários, um motorista profissional, um músico, um cinegrafista e um repórter fotográfico.
A empreitada teve início às seis horas da manhã quando o comandante do barco enfrentou o primeiro desafio do dia, que foi vencer a barra com sua formação de ondas que ao chegar à margem, se encontram com as águas do Canal das Flechas, esse encontro promove uma arrebentação violenta que pode num descuido, levar a embarcação a se chocar com os imensos paredões de pedra, construídos pelo homem a fim de tentar deter o intenso avanço do mar, num processo natural que atinge várias costas brasileiras como na praia de Atafona, em São João da Barra, onde esse efeito tomou proporções mais devastadoras.
Com essa primeira etapa vencida, a animação do grupo ficou por conta de quem seria o primeiro “marujo” que iria passar mal com o efeito nauseante do balanço do barco. Parecia que todos resistiam ao inevitável para não serem encarnados durante o resto da viagem. Depois de cerca de quarenta minutos mar adentro, o motorista quissamaense Alex Oliveira deu início à série de náusea. Logo depois foi a vez do músico, também de Quissamã, conhecido como Dedé. Outros resistiram como puderam às náuseas causadas pelas constantes subidas e descidas da embarcação.
Com mais de uma hora de viagem, o barco ganhou uma maior estabilidade, navegando em águas mais tranqüilas, já fora da arrebentação. Os pescadores novatos então puderam curtir o passeio com mais intensidade, cumprindo o principal objetivo do grupo que era fazer uma pescaria em alto mar.
O contato com a natureza já valia qualquer sacrifício. Como a aparição de uma tartaruga gigante de cerca de dois metros que emergiu perto do barco e ficou alguns segundos observando o grupo, até desaparecer num belo mergulho. Em seguida, foi a vez de uma gigantesca Arraia, conhecida como Jamanta se fazer visível num lindo salto. Num ponto já em alto mar, onde o barco navegava próximo a rebocadores e grandes navios de carga, o grupo pôde se maravilhar por conta de um cardume de Dourados que deram um colorido a mais ao límpido e esverdeado mar.
A proposta do grupo era fazer uma pescaria de Pargos e, para isso, contou com a tecnologia dos aparelhos G.P.S. (Global Positioning System) que fornecem dados importantes para o sucesso e segurança e segurança da tripulação de cada embarcação que se aventura nessas viagens até então, quase “cegas”, quando o olhar não encontra nenhum sinal de terra em qualquer lado que se busque. Nadson diz que antes do G.P.S. os pescadores tinham que navegar com a orientação do sol, da lua e das estrelas. Mas a tecnologia não seria suficiente sem a experiência do comandante do barco que posicionava a embarcação em pontos exatos, para que os espinhais jogados ao mar emergissem com anzóis repletos de peixes.
No retorno do bem sucedido passeio, uma certeza tomou conta do grupo, como foi gratificante curtir o que a natureza marítima nos oferece, além de se realizar como pescador. Foi então que surgiu a discussão de como seria proveitoso se existisse o Turismo de Pesca em nossa região. O que iria atender a uma demanda latente de pessoas que gostam de pescaria e não têm acesso à pesca em alto mar, já que requer um aparato que só os pescadores desta modalidade possuem. Para os pescadores profissionais, esse trabalho iria abrir novos horizontes de atuação, como guia de pesca, o que traria mais uma opção de rendimento ao pescador local.

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